quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quando eu era mais nova passei a dormir na casa da minha avó, assim como todas as minhas primas mais velhas, uma delas fazia parte de um dos grupinhos mais populares da cidade e minhas tias, juntamente com minha avó, achavam que eu devia me "enturmar" com o grupinho. Elas sentavam na calçada da casa da frente (casa da minha tia) e ficavam conversando sobre seus assuntos preferidos, garotos e festas, até tentei me juntar algumas vezes, mas como não gostava de ir às festas e não conhecia os garotos de quem elas falavam, ficava calada só escutando, depois eu decidi que não iria mais sentar com elas, eu não queria ser popular e tinham que respeitar minha decisão.
Passei a sentar na calçada de frente pra calçada delas (casa da minha avó), só eu em uma cadeira de balanço, as vezes podia escutar alguém comentar "e aquela menina? Por que está ali sozinha?", acho que a maioria das pessoas que frequentavam a calçada da frente achavam que eu era autista ou algo do tipo, acontece que naquela cadeira de balanço eu me sentia muito mais em casa, pois a solidão não me assustava ou incomodava, me fazia bem.
Hoje em dia costumo sair, quando possível, sempre estou rodiada de "amigos", e mesmo me divertindo bastante com eles, muitas vezes o que eu mais quero é encontrar uma nova cadeira de balanço em uma calçada vazia pra me sentir em paz de novo.