segunda-feira, 7 de setembro de 2009


07 de Setembro

Um ano se passou desde aquela noite
Quando senti a perfeição de teus lábios roçarem os meus
E pela primeira vez na minha vida fui feliz
Noite em que pareceram tolices imperdoáveis
Tudo o que fiz para te manter distante de mim
Agora só penso em giletes e sangue
Atitudes estúpidas que um dia deixei para trás
Se soubesse quão grande é o gozo de contemplar teu sorriso, minha amada
As armadilhas do tempo fizeram-me insana
Te perdi, senti o peito despedaçar, agonizei
Há cinco noites o sono me abandonou
Para que sofresse à noite como sofro durante o dia
E tudo por sua culpa, meu anjo
Como pode um ser tão belo e gracioso machucar tanto?
Riu doentemente de minha condição patética
Tu já não lembras que um dia me amou?
Enquanto ainda vivo a respirar por ti
Minhas artimanhas amenizaram minha dor
Mas como sobreviverei a este dia
Quando uma vez foi o mais caro e agora degrada meu juízo?
Eu que vivo ensaiando palavras para te dizer
Em momentos certos que nunca chegarão
Não faz muito tempo, te encontrei de novo
Sozinha e abandonada como a criança que conheci
Quis te abraçar e te proteger do mundo indigno
Mas ao tocar sua pele, todo o meu corpo tremeu
Sua mão ardeu na minha como nos velhos tempos
Pois bem, derrubastes mais uma vez minha poderosa armadura
Por que me castigas assim, oh, minha doce menina?
Seu rosto se faz algoz em todos os espelhos
Já é inútil evitar a ti mantendo os olhos abertos
Pois nunca abandona meu pobre coração
E deliro pensando em te ter novamente em meu braços
Sim, delírios que a razão não permite me iludirem
Vê? Tão forte fui um dia e tão frágil sou à teus pés
Penso que tu não sabes o que se passa comigo
Que dorme e acorda sem nem se quer lembrar meu nome
Isso devora até o âmago de meu ser
Te amo agora e te amarei, ouso dizer, até a morte
Quando servirei de alimento a terra e os vermes
Quando meu espírito uma vez tão inquieto
Encontrará a paz que esse amor insensato nunca permitiu
O mais doloroso é saber que nunca esquecerei
Quando me deixou provei da morte, e hoje morro uma vez mais
Há um ano atrás, sete de Setembro, eu conheci o amor.